ALGUMAS INFORMAÇÕES

Em Araruama desde 2003, colaborou como redator nos jornais A VOZ DE ARARUAMA, VERDADE, JORNAL ROTA DO SOL e CONTEÚDO. Escreveu artigos para os jornais HORA CERTA, REVISTA REALCE e JORNAL DA CIDADE, e apresentou na Rádio Mar Aberto, o programa de entrevistas FRENTE A FRENTE. Atualmente escreve para o Carapeba e Correio da Cidadania

terça-feira, 6 de setembro de 2011

CACHORRA!

Ele sempre saía de casa às sete horas, em ponto. Frio, chuva, nada o impedia. Estava um pouco desacostumado a correr sozinho, é verdade. Mas iria superar. Já havia passado por isso antes. Estava tão distraído que demorou a perceber o amigo, emparelhando com ele.
- Cara, de longe eu nem te reconheci, sozinho. Cadê a Mayra?
- Já não estou mais com ela.
- Não está, como? Cara, você adorava a Mayra.
- Não estava mais dando certo. Acho que estava sentindo falta de ficar sozinho no meu espaço. Então, levei-a de volta para meus sogros.
- Você devolveu a Mayra? E os velhos, coitados?
- Espera aí! Eu nunca os enganei. Eles sabiam que eu ainda estava abalado com a minha viuvez recente. Eu expliquei isso a eles. Precisava ficar sozinho. Lembrar nossos momentos, que foram tão poucos. Olhar nossas fotografias e chorar todas as lágrimas que ainda tivesse. Mas você sabe como são os velhos. Disseram que a Ká não gostaria que eu me aprisionasse naquela casa vazia. A Ká iria adorar a Mayra. Foi um erro.
- E a Mayra, como foi com ela?
- Normal. Acho que, no fundo, ela sempre sentiu que não iríamos ficar muito tempo juntos.
- Mas vocês ficaram. Mais de dois anos, eu acho.
- Dia cinco de fevereiro completaria três anos que ela estava comigo.
- Eu te conheço, cara. Houve alguma coisa.
- Quer saber? Um dia, eu estava distraí na portaria do prédio, folheando as correspondências. Questão de minutos. Você acredita que ela estava atracada com um vira-lata sarnento? Eu enlouqueci. Parti para cima do desgraçado. Sabe o que ela fez. Avançou em mim e tentou me morder. Cachorra ingrata! Aceito tudo, menos traição

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